sábado, 17 de novembro de 2012

Behaviorismo


BEHAVIORISMO

                                Partindo do termo da palavra, Behavior, que significa “comportamento”, Behaviorismo foi utilizado inicialmente em um artigo, onde apresentava como título “Psicologia: como os behavioristas a veem” (John B. Watson). Com um termo genérico para agrupar diversas e contraditórias correntes de pensamento na Psicologia, Behaviorismo tem como unidade conceitual o comportamento, mesmo com diferentes concepções sobre o que seja o comportamento.
                               Trabalhando com o princípio de que a conduta dos indivíduos é observável, mensurável e controlável similarmente aos fatos e eventos nas ciências naturais e nas exatas, o Behaviorismo de Watson também defendia que o comportamento deveria ser estudado como certas variáveis do meio.

O ESTUDO DO COMPORTAMENTO




( Watson testa o reflexo de agarrar de um bebê recem-nascido expondo o infante de forma grotesca.)

                               Mesmo colocando o “comportamento” como objeto da Psicologia, o Behaviorismo foi desde Watson transformando o sentido desse termo. Atualmente, não se entende o comportamento quanto a uma ação isolada de um determinado sujeito e sim a uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu “fazer” acontece. Dessa forma, é notório que o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o sujeito e o ambiente e as ações do indivíduo, suas respostas, o ambiente e estimulações.                                        
                              Considerado o pai do behaviorismo metodológico, John Broadus Watson (1878-1958) foi um defensor da importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Seus estudos, baseados no conceito desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936) do condicionamento básico, teve seu grande destaque, ganhando o Prêmio Nobel de Medicina, através do seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães.
                               A partir do seu trabalho, Pavlov descobriu que os caninos não salivavam apenas ao avistar a comida, mas também quando associavam algum som ou gesto à “chegada de comida”, para essa associação, foi denominado de condicionamento clássico, onde através das descobertas, criou um fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio.
                             Após Watson, veio o mais importante behaviorista, B. F. Skinner (1904-1990). Sua linha de estudo é conhecida como Behaviorismo radical, tendo como oposta à sua o Behaviorismo metodológico. A principal preocupação de Skinner era a explicação científica, estabelecendo como prioridade para a ciência do comportamento, o desenvolvimento de conceitos que permitissem explicações perfeitamente científicas.

BEHAVIORISMO RADICAL

                             A proposta de Skinner de um behaviorismo radical tinha como objetivo superar o dualismo que, segundo ele, marcava o behaviorismo metodológico. Nas suas palavras, "O Behaviorismo radical restaura certo de equilíbrio", caracteriza a forma de não negar a possibilidade de autoconhecimento e não descartar a importância dos eventos externos.
                            A restauração do equilíbrio citado por Skinner exige-se uma concepção na qual se rejeita o critério de verdade por acordo público, assumindo em seu lugar, como critério de avaliação do conhecimento a possibilidade de intervenção dele decorrente. Assim, é possível lidar com os eventos privados; não lhes negando o estatuto de objeto de estudo da ciência: o behaviorismo radical não considera os eventos privados como inobserváveis e não os descarta por serem subjetivos. Entretanto, o behaviorismo radical questiona a natureza destes eventos privados. Em primeiro lugar, os eventos privados não são de outra dimensão: o que é sentido é o próprio corpo e não um mundo não físico, não material, um mundo mental. Em segundo lugar, o que é sentido não é a causa do comportamento: a causa está sempre na história genética e ambiental; tanto o comportamento como os estados internos que o acompanham são produtos destas histórias.
                         
COMPORTAMENTO RESPONDENTE

                               Também chamado de comportamento reflexo, é aquele efetuado pelo estimulo antecedente do ambiente, tendo como exemplo, quando salivamos diante do cheiro de uma comida, derramamos lágrimas ao descascar cebolas ou arrepiamos a pele diante de um ar frio.

COMPORTAMENTO OPERANTE

                                Relaciona-se com a atividade humana, dos comportamentos da criança recém-nascida de agarrar os objetos e de olhar os enfeites do berço, por exemplo. No condicionamento operante, a aprendizagem ocorre de uma forma natural (a criança quando aprende a falar). No entanto, podem-se aplicar reforços nesse processo de aprendizagem, gratificando a criança ao pronunciar uma nova palavra, por exemplo.
                              Os reforços podem ser negativos e positivos, é chamada de reforço a toda consequência que, uma resposta muda a probabilidade posterior de ocorrência de resposta. O reforço positivo é o estimulo que incentiva o comportamento desejado, aumentando a probabilidade futura da resposta que o produz, o reforço negativo reduz ou elimina uma resposta, permite a retirada de algo desejável, fortalecem a resposta através da remoção do próprio estímulo, assim aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua. 
                            No reforçamento negativo, encontramos dois processos importantes: a esquiva e a fuga. A esquiva permite que o indivíduo execute um comportamento que previna o acontecimento ou o reduza no seu grau, tendo como exemplo, quando estamos em uma consulta ao dentista, e ao ouvirmos o som do “motorzinho” usado pelo profissional, precedemos à dor no dente, fazendo-nos desviarmos o rosto.

EXTINÇÃO E PUNIÇÃO

                                Um dos processos formulados pela Análise Experimental do Comportamento, foi a Extinção, este, pode ser entendido, como uma eliminação de comportamentos indesejáveis ou inadequados, tendo assim, como consequência, a resposta sendo diminuída de frequência ou extinta. Nesse caso, podemos exemplificar, na situação, quando uma mulher, sendo visivelmente paquerada pelo outro e não correspondendo, este, tende a cessar com as investidas ao notar a indiferença da mulher. Já a punição, outro procedimento com relevância, é quando há um comportamento eliminado através de omissão de estímulo aversivo.

CONTROLE DE ESTÍMULOS/ DISCRIMINAÇÃO E GENERALIZAÇÃO

                          Sabemos quando há o controle de estímulos, quando a forma de responder é diferenciada sob estímulos diferentes, assim, em um exemplo simplificativo, quando um motorista para na sinaleira ou avança, sabemos que sua conduta no trânsito está sob o controle de estímulos, haja vista que segue a cor correspondente no semáforo.
                          A discriminação é a capacidade de perceber diferenças entre estímulos e responder diferentemente a cada um, dessa forma, no mesmo exemplo citado acima, o motorista estimulou sua capacidade de perceber que se a sinaleira estiver vermelha é para parar e verde prosseguir, assim, cada vez que ele for apresentado a essa situação, a resposta será emitida.
                          Na generalização de estímulos, a emissão de resposta já é condicionada onde se percebe semelhança entre os estímulos. A partir disso, notamos que algumas aprendizagens escolares, como fazer contas e escrever nos condiciona, a saber, dar ou receber troco, ou digitar um email para uma pessoa.
BEHAVIORISMO METODOLÓGICO

                                A abordagem behaviorista metodológica parte do princípio de evitar os problemas gerados pela dicotomia mente-corpo, dessa forma desvia dos estados mentais. Para conseguir, limita-se a tratar os fatos que podem ser objetivamente observados, fundamentando sua posição baseada em duas concepções de filosofia da ciência, o positivo lógico e o operacionismo.
                          Ambas as concepções propunham que se dois observadores não podiam concordar acerca do que ocorre no mundo da mente, então: os acontecimentos mentais são inobserváveis e sobre eles não pode haver verdade por acordo. Dessa forma, o exame dos fatos mentais deve ser abandonado pela ciência, passando a ser considerada, em seu lugar, a maneira pela qual eles são estudados, tendo como exemplo, de em vez de se estudar a inteligência em si mesma (correndo o risco, devido a sua inacessibilidade à observação direta, de atribuir a ela características fictícias), estuda-se os testes que a medem, a maneira pela qual inteligência é identificada e medida.
                       De forma aparente, a proposta foi considerada bem sucedida, aparecendo como forma de evitar os problemas da dicotomia mente-corpo, entretanto, ocorre efetivamente é uma reafirmação do dualismo, uma vez que, o behaviorismo metodológico reafirma a existência de fatos mentais como diferentes fenômenos corporais (físicos) ao afirmar que os fatos mentais não podem ser objeto de estudo científico, em razão de não poderem ser observados por observadores externos. 


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